A internet foi inundada, nas últimas semanas, com protestos contra o Auxílio-Reclusão – uma quantia quase 50% superior ao salário mínimo, que seria paga a cada filho de pessoas condenadas e presas. Há um certo tom partidário na denúncia: seria mais uma bolsa do governo Lula, destinada especificamente a violadores da lei e fora do alcance de suas vítimas.

A notícia só é verdadeira em parte. O Auxílio-Reclusão existe, mas não é novidade nenhuma e nada tem a ver com o governo Lula: foi instituído em 1991, quando o presidente era Fernando Collor.

E ele não se destina a cada um dos filhos do condenado. O auxílio, que serve para ajudar a família a manter-se quando um dos pais está preso, é de no máximo R$ 798,30, no total. Nada a ver com o número de dependentes (pode também ser fixado um valor menor). E só é pago quando o condenado é contribuinte do INSS.

Em outras palavras: ao contrário do que estava circulando por aí, o auxílio-reclusão não é um prêmio ao criminoso. É simplesmente uma ajuda de custo para a família do condenado, e só vale para pessoas que trabalharam e contribuíram com o INSS. Ou seja, se for um preso desempregado ou trabalhador sem carteira assinada, a família não tem direito a nada.

E não importa se o preso tem 1, 2 ou 10 filhos, o teto é R$ 798,30 e pronto.



MORAL DA ESTÓRIA: Não acredite em tudo que lê por aí.


Não acredite que só porque a TV é "manipuladora", a internet "sempre diz a verdade".

Estamos na era da informação. Justamente por isso, precisamos de senso crítico aguçado.

Informe-se. Leia, pesquise, procure por outras fontes, compare-as. Desconfie sempre. Deixe a preguiça de lado.


"É preciso desconfiar sete vezes do cálculo, e cem vezes do matemático." (provérbio indiano)